São muitos, embora eu não os possa precisar (redundantemente, “com exatidão”), os que creem não ser preciso essa coisa de matemática, sabendo-se, os que a dominam mesmo que rudimentarmente, o quanto ela é “precisa”, ainda que assim por se basear num acordo tácito, contrato ao qual se adere sem se poder discutir suas cláusulas, o que faz com que todos, salvo os que deliberadamente querem incidir em erro, talvez num ato (pouco lógico, nada matemático) de rebeldia: diante de uma proposição que some 2+2, como se se ficasse irremediavelmente de quatro frente a essa operação, dá-se sempre a mesma resposta.
Buscar as razões do sucesso (de alguém) pode conduzir essa procura tanto para o instável terreno da sorte (o acaso é, nome por vezes usado em lugar da mesma sorte, uma probabilidade matemática), sobre o qual se quer andar, preferencialmente, afundando-se nessa fortuna (mais um nome para a sorte: sorte dela ter tantos nomes assim!) até a cabeça, espaço este classicamente reservado para as “exatidões” (mesmo que seja daí que também saiam as melhores fantasias), quanto, tal busca, qual barco que vai adiante não pelo seu próprio querer, mas pela capacidade do vento de in(su)flar suas velas, pode conduzir para a Graça divina – “terreno” este (se cabe aí tal palavra) em que só se constrói com a discricionária permissão Superior.
Alguém poderá ter sentido falta, aqui, do Trabalho, sem o qual não há sucesso possível, a menos que se o deixe inteiramente nas mãos de Deus ou ao bel-prazer dos humores da sorte. Há mesmo quem, com pompa de matemático ao elucidar complicada equação, mas com cara de quem a resolveu sem maiores dificuldades, afirme que só na ordem alfabética é que Sucesso vem antes do Trabalho.
Talvez se se somar Trabalho+Sorte+Vontade de Deus, podendo-se variar o segundo e terceiro termos dessa equação, dando-se, contudo, primazia ao deus do trabalho, chegue-se a um (bom) resultado, ou, pelo menos, conclua-se que, coisa que a matemática já desvendou, que é mesmo a reta o caminho mais curto entre dois pontos: e é assim que a curva, nessa história toda, ficou com má reputação.
O sucesso é, provavelmente, a soma das percepções alheias a respeito do desempenho (profissional, pessoal...) de alguém.
A sorte, com certeza, é o apelido mais mundano para o feio nome de batismo da Probabilidade Matemática.
A Graça divina é inapreensível ao homem, tão sem “razão” ela é que não cede sequer às graças que Lhe fazemos, tentando-) seduzir.
O trabalho é a oração mais perfeita que já coube na língua do homem: e o silêncio, por vezes, é, entre tantos árduos trabalhos, a mais longa e árdua oração, mesmo que isso não garanta a Graça, a sorte, o sucesso.
Que você tenha tudo. Que tenha toda (sorte)
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